O Conselho Cristão de Moçambique (CCM) iniciou, em Dezembro de 2021, a construção de 20 casas resilientes, na aldeia de reassentamento de Marrupa, no distrito de Chiúre, província de Cabo Delegado, a serem entregues ao igual número de famílias deslocadas devido aos ataques terroristas iniciados em Outubro de 2017.

Segundo o Administrador do distrito de Chiúre, Oliveira Amimo, a iniciativa irá aliviar o sofrimento da população que clama por condições habitacionais melhoradas. “Trata-se de casas a serem construídas com material local e convencional, como tijolos queimados e resilientes a calamidades, que oferecem algum conforto à população vulnerável reassentada no nosso distrito”, disse Amimo.

A construção das casas foi feita com mão-de-obra local. Os jovens envolvidos na construção das habitações foram ensinados como iniciar pequenos negócios através dos quais podem sobreviver. “Nosso apelo é para que vocês, jovens e a população no geral, continuem vigilante e denuncie qualquer infiltrado. Aproveitamos também para recomendar que continuem a observar as medidas de prevenção contra a COVID-19 e doenças de origem hídrica”, adicionou Oliveira Amimo.

O delegado provincial do CCM em Cabo Delgado, Emerson Ubisse, esclareceu que a iniciativa se insere no âmbito de actividades de solidariedade para com as famílias mais vulneráveis, mas há ainda muito por fazer.

Reconhecemos que existem muitas famílias vulneráveis e estas 20 casas não são suficientes, mas farão grande diferença na melhoria da qualidade de habitações na comunidade de Marrupa” – referiu Emerson Ubisse adicionando – “Para materialização do projecto, treinamos jovens locais em matéria de produção de tijolos queimados para a construção de suas habitações e esta é uma forma de criar auto-emprego e gerar de renda. Com o aprendizado, os jovens vão ganhar dinheiro e continuar a vida, esquecendo-se dos traumas do terrorismo”, explicou o delegado da CCM

Segundo o director nacional de programas do CCM, Agostinho Zito, a instituição é parceira do governo e sempre está disponível para apoiar pessoas em extrema necessidade e em situação de emergência.

Duas das beneficiárias das casas, Julieta Jaime Ambasse e Haua Jamal, deslocadas de Mocimboa da Praia e Meluco, agradecem o gesto e pedem mais apoios porque nenhum bem conseguiram carregar das suas zonas de origem.

A aldeia de reassentamento de Marrupa acolhe mil e 46 famílias, num total de 12 mil e 700 distribuídas em diferentes centros criados ao nível do distrito de Chiúre.