O sector da saúde do distrito de Mandlakazi mostra-se preocupado com os elevados índices de aumento da taxa de seroprevalência, estando actualmente em seguimento 14 mil e 733 pacientes, onde registou-se um aumento em mil e 865 novos casos se comparado ao ano findo em que estava em tratamento um universo de 12 mil 868 pacientes.
Segundo o director do Serviço Distrital da Saúde, Mulher e Acção Social (SDSMAS) de Mandlakazi, Casimiro Jaime Manhique, destacam-se como maiores causas da seroprevalência as migrações para a vizinha África do Sul, a questão dos corredores e os tabus, sobretudo o “kutxinga”.
“Á Africa do Sul é uma região com alta taxa de infecção por HIV/SIDA, muitos moçambicanos voltam de lá doentes e acabam infectando as suas parceiras. O kutxinga é um outro problema, pois há homens que acabam casando com as esposas dos seus irmãos quando estes morrem, e eles não se questionam sobre as razões da morte, mas também explica-se essa taxa por Gaza estar cercado de estradas”, explicou Manhique.
Quanto aos abandonos ao Tratamento Antirretroviral (TARV), o director do SDSMAS de Mandlakazi, disse que o sector da saúde está a trabalhar em coordenação com os activistas comunitários, psicólogos clínicos e os conselheiros afectos nos postos de saúde.
“As migrações têm sido um grande entrave, sobretudo nos indivíduos do sexo masculino que quando apanham emprego em outras zonas acabam não levando as fichas, temos também a não aceitação da doença e questão da superstição em que muitos acreditam que a doença seja produto de um acto obscurantista” explicou aquele dirigente, tendo adicionado que a maior taxa observa-se em indivíduos dos 18 a 49 anos.
Manhique disse ainda que em 2021 cerca de 502 grávidas estavam em TARV, sendo que 179 foram diagnosticadas no acto da consulta pré-natal, por isso aconselha a todas gestantes a procurar unidades de saúde o mais rápido possível.
