A Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou, esta quinta-feira (26/10), em Maputo, os resultados das sextas Eleições Autárquicas de 11 outubro nas 65 autarquias do País.

Com base no apuramento geral dos resultados, realizado pela CNE, Dom Carlos Matsinhe, presidente deste órgão, deliberou que, das 65 autarquias, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) conquistou 64 e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) ganhou apenas a cidade da Beira.

Dados da CNE indicam que, na cidade de Maputo, por exemplo, a Frelimo obteve 235,406 votos, que correspondem a 58.78 porcento, contra 33.59 da Renamo e 6.08 do MDM. Na Matola, a Frelimo obteve 207.261 votos contra 130.687 e 13.204 da Renamo e MDM, respectivamente.

Na cidade da Beira, o MDM venceu com 112.963 votos, que equivalem a 58.16 porcento, contra 73.302 votos da Frelimo, o equivalente a 37.74 porcento. A Renamo na Beira teve apenas 3.63 porcento dos votos.

Após o anúncio dos resultados pela CNE, diversos membros dos partidos políticos concorrentes manifestaram indignação com os números divulgados na plenária e afirmaram que vão submeter recursos ao Conselho Constitucional. “Nós ganhamos a cidade da beira com 67 porcento, mas o que foi divulgado não é aquilo que reflectiu nas urnas. Esperamos que o Conselho Constitucional faça justiça”, disse Silvia Cheia, mandatária nacional do MDM.

Fernando Mazanga, membro da Renamo, considera que a CNE ficou indiferente perante os problemas que marcaram os processos e actos eleitorais. “O tribunal só intervém perante o contencioso eleitoral. Nós tivemos um trabalho péssimo orientado pelo presidente Matsinhe”, indignou-se.

Entretanto, membros representantes do partido Frelimo mostraram satisfação com os resultados anunciados pela CNE. “Nós a Frelimo, estamos satisfeitos com os resultados anunciados. Apelamos serenidade por parte dos partidos políticos. É normal que haja contestações, mas, no geral, podemos nos orgulhar por termos conseguido fazer esse processo de forma pacífica” disse, Verónica Macamo.

Apesar da falta de consenso na deliberação dos resultados do apuramento geral, a CNE reconheceu a existência de recursos de contencioso eleitoral em tramitação nos Tribunais Judiciais moçambicanos e no Conselho Constitucional, sugerindo que as irregularidades que mancharam o processo eleitoral serão por estes órgãos tomadas em conta.

 

Texto: Dairinha Moreira

Fotos: Dairinha Moreira e Chahide Filipe