Presidente da República inaugurou no primeiro trimestre deste ano, a Escola Secundária Engenheiro Filipe Jacinto Nyusi, no distrito de Boane, Província de Maputo, considerada o maior e mais moderno do país.

A construção do empreendimento de raiz teve início no ano de 2018 e foi orçada em cerca de 133 milhões de meticais.
A Escola construída na localidade de Chinonanquila, possui 48 salas, com capacidade para cinco mil alunos, uma biblioteca, um auditório para acolher 500 pessoas, sala de informática, dois blocos administrativos e oito sanitários, bem como seis estações de higienização das mãos.
O estabelecimento é um dos 21 construídos no presente quinquénio que vai minimizar o problema das mil e 152 turmas que estudavam ao ar livre na província, das quais 76 no distrito de Boane. A escola junta-se a mais quatro existentes que vão também introduzir o ensino secundário naquela parcela país, passando de 45 para 50 actualmente, apresentando um crescimento de 11 porcento.
No acto da inauguração, o Presidente da República, Filipe Nyusi apelou aos utentes da escola para a sua conservação. “ Vocês têm uma grande responsabilidade de cuidar da infraestrutura para que ela dure mais tempo, por isso queremos que esta escola seja modelo de excelência na educação, um local de aprendizagem que seja motivo de orgulho para todos nós”, aconselhou o Presidente da República.
A construção da escola foi custeada pela empresa Mozal no âmbito da responsabilidade social. Nyusi chamou igualmente atenção para a valorização do esforço de quem financiou a construção da escola.
O Representante da Mozal, Samuel Samugudo avançou que a construção da escola faz parte da sua responsabilidade, uma vez que promover a educação é uma das estratégias de desenvolvimento da sua empresa. Avançou ainda que faz parte da sua estratégia a consulta continua com as comunidades circunvizinhas, o governo e outras partes interessadas com vistas a definição das prioridades para o desenvolvimento comunitário. “Nesta perspectiva, desde a criação da nossa empresa estamos envolvidos em projectos educacionais, investindo na formação técnica, através de atribuição de bolsas para estágios em áreas técnico-profissionais e intervenção na área do género, incentivando a participação da mulher. Estas ações ajudam na criação de emprego para jovens, o que permite a Mozal a contratação de mão-de-obra altamente qualificada”, disse Samugudo.
O director da Escola Secundária Engenheiro Filipe Jacinto Nyusi, Arlindo Nhaca, vê com bons olhos a entrada em funcionamento deste estabelecimento de ensino, considerando a sua gestão um grande desafio pela sua dimensão.
O gestor explicou que a escola vai comportar dois mil e 440 alunos para o primeiro ciclo e para o segundo 161. Sendo assim, dois mil e 601 alunos serão divididos em dois turnos, o da manhã e da tarde. A escola conta com 40 professores até ao momento, necessitando de mais 50 para um universo de 90.
O representante dos pais e encarregados de educação, Arlindo Matos, agradeceu pela infraestrutura, tendo dito que vai reduzir o problema da falta de vagas para as crianças de Boane que tinham de percorrer longas distâncias sobretudo no curso nocturno para frequentar o ensino secundário, assim como vai descongestionar as escolas circunvizinhas.
A estudante Flora Machado vinha enfrentando dificuldades para chegar à escola devido à longa distância que separava a sua casa e a Escola Secundária Joaquim Chissano, localizada na vila de Boane, onde estudou durante anos. Nalguns dias, ficava em casa por não ter dinheiro de transporte. A estudante transferiu-se para a nova escola, recentemente inaugurada pelo Presidente da República, o que reduziu a distância que ela percorria.

Programa “Eu Sou Capaz”

Presidente da República disse durante a inauguração da Escola Secundária Engenheiro Filipe Jacinto Nyusi, que o governo moçambicano no quadro da política de inclusão está a implementar o programa especial “Eu Sou Capaz”, que visa a promoção da educação e empoderamento da rapariga, como forma a garantir a retenção e conclusão dos vários níveis de ensino da mesma e da criança com necessidades educativas especiais na escola.
O Estadista disse ainda que o governo vai distribuir nas três mil e 260 escolas dos 50 distritos abrangidos pelo projecto em todo país, 205 mil uniformes e 518 mil mascaras faciais a 205 mil raparigas matriculadas da quinta, sexta e sétima classes, sendo que na província de Maputo o programa vai abranger 66 escolas, beneficiando um total de 13 mil 660 raparigas.
O chefe do Estado destacou ainda que constitui um imperativo a adopção de estratégias para o combate a gravidez precoce, as uniões prematuras ou forçadas, bem como o consumo de drogas e outros males que afectam os adolescentes e jovens.
Para Filipe Nyusi, o analfabetismo e o insucesso escolar agravam as desigualdades e a exclusão económica e social, por isso exortou a todas lideranças a diferentes níveis para trabalharem com as famílias e comunidades, alertando-as para que deem a prioridade merecida à escolarização das crianças e jovens, com maior enfoque na rapariga, de modo que o país se veja livre do analfabetismo.
Num outro desenvolvimento, o Chefe de Estado destacou que para o presente quinquénio, o lema definido pelo governo no sector da educação, “Por uma Educação Inclusiva, Patriótica e de Qualidade”, “pressiona-nos a impulsionar uma educação de altos padrões que promova o orgulho, amor e moçambicanidade que não deixa ninguém atrás, nem de fora, por qualquer motivo que seja”, declarou.
Todavia, segundo o Chefe de Estado, em Moçambique há cerca de 2.4 milhões de crianças que não estão a estudar e, cerca de 40 porcento da população não goza do mesmo privilégio, principalmente a população feminina.
“A realidade é mais complicada quando tomamos em conta a taxa de crescimento anual da população, estimada em 2.8 porcento. Assim, a nossa estratégia de financiamento e expansão dos serviços educativos preconiza o envolvimento de todos os sectores, em particular as comunidades, a sociedade civil e o sector privado através de acções de responsabilidade social”, disse Nyusi.
Para este ano prevê-se um efectivo escolar do ensino público na ordem de oito milhões quatrocentos e sessenta mil contra cerca de oito milhões trezentos e sessenta mil alunos do transato ano. Serão ainda contractados 6 mil 565 professores dos quais 5 mil 931 para o ensino primário e o remanescente para o secundário. Pretende-se com as contratações melhorar o rácio aluno/professor e aluno/turma.