Pelo menos dois mil alunos correm o risco de perder o ano lectivo em Guro, na província de Manica, devido à frequente mudança de residências dos pais e encarregados de educação que diariamente procuram por regiões férteis para produção agrícola e criação de gado.

O nomadismo em Guro está a prejudicar o sector da educação. As projeçSegundo o director dos Serviços Distritais de Educação Juventude e Tecnologia (SDEJT), António Tome, este número de crianças que, este ano, entrou para a primeira classe, enfrenta dificuldades pelo facto de os parentes não possuírem residências fixas. “Há ainda no distrito, pais e encarregados de educação que, na época de cultivo de campos agrícolas, abandonam as suas zonas de origem, indo fixar residências próximas das áreas de produção. Fazem isso na companhia das crianças, uma vez que as envolvem nos trabalhos da lavoura da terra”, disse António Tome .

O director do SDEJT de Guro conta que, durante o processo de matrículas dos novos ingressos da primeira classe, que decorreu de Outubro a Dezembro do de 2021, o distrito inscreveu quatro mil e 160 crianças de um universo de seis mil previstos, um número não desejado pelo sector da educação.

“A situação é preocupante. Estamos no terreno, a trabalhar com as estruturas locais para o mais cedo possível, identificarmos e recuperarmos essas crianças, que não devem perder o ano escolar por culpa dos pais e encarregados de educação”, lamentou Tome.

A fonte fez saber que, neste momento, está em curso um trabalho com líderes comunitários e outras figuras localmente influentes, cujo objectivo é identificar e inscrever crianças que não foram matriculadas, para que não fiquem fora do sistema de educação.